A Mídia e o Desenvolvimento das Sociedades Modernas

21/09/2012 14:43

    Este resumo baseia-se no segundo capítulo do livro Mídia e Modernidade: uma teoria social da mídia, de J.B Thompson (1998). O capítulo aborda o assunto “Mídia e o Desenvolvimento das Sociedades Modernas”, mostrando as características do mundo moderno, ocorridas devido às transformações institucionais que aconteceram na Europa no fim da Idade Média e início da Era moderna. Trata também do desenvolvimento da imprensa e das primeiras publicações periódicas nos primórdios da Europa Moderna, mostrando como esse desenvolvimento altera as redes de comunicação preexistente e as relações de poder estabelecidas. Thompson aborda o impacto da imprensa sobre o período moderno e sobre as maiores transformações da indústria da mídia, a partir do início do século XIX.

    Segundo Thompson (1998), o desenvolvimento das sociedades modernas aconteceu de forma gradual, apresentando mudanças nos seguintes aspectos: poder econômico, poder político, poder coercitivo e poder simbólico, esse último passando por três importantes fases que iremos explicar no decorrer do texto.

    O sistema econômico passa por grandes transições no decorrer do tempo, a partir do século XI o sistema feudal predominante naquela época passou por alterações e gradativamente o capitalismo começou a emergir. Sabemos então que, a partir do século XV, várias empresas capitalistas já tinham sido estabelecidas nos maiores centros comerciais da Europa, mas é somente a partir dos séculos XVI e XVII que ocorreu um grande avanço nesse sistema.

    Ao contrário do que muitos pensam o capitalismo não surgiu com a Revolução industrial, e sim a revolução industrial aparece dentro do contexto de um sistema econômico capitalista, que já existia na Europa há muitos séculos, como já foi citado no parágrafo anterior.

    A Revolução Industrial introduziu uma série de novos métodos de produção, entre eles a utilização das máquinas e a divisão dos trabalhos dentro das fábricas, mas foi somente depois que ocorreram as primeiras tentativas de desenvolver um processo industrial em grande escala.

    O poder político, antes do advento da sociedade moderna, por sua vez, era caracterizado por sua capacidade de coordenação, manipulação dos indivíduos e de normatização e regulamentação dos padrões de relacionamentos. Em meados de 1490, o sistema político na Europa era muito fragmentado, onde existiam várias unidades de poder, chamadas de cidades-estados. Com o surgimento da sociedade moderna passam a existir os estados-nações, com administração e poder político mais fragmentado e o poder era concentrado em cerca de vinte e cinco estados.

    A política exercia um poder coercitivo para manter o controle sobre os territórios colonizados, pois necessitavam de tropas para garantir a ordem. Contudo, nem sempre os recursos necessários eram concedidos de boa vontade, sendo preciso, assim, o uso da força bruta.

    Já o poder simbólico[1], segundo Thompson (1995), passou também por importantes mudanças. Inicialmente, esse poder era exercido pela Igreja Católica que era considerada a instituição central do poder simbólico. A partir do século XVI, houve a fragmentação desse monopólio da Igreja com o surgimento da imprensa, que impulsionou uma série de mudanças, como o surgimento do protestantismo. Dessa forma várias seitas religiosas passaram a reivindicar estilos de vidas diferenciados e o direito do acesso à verdade sobre as escrituras.

    Esse declínio da autoridade religiosa foi acompanhado pelo desenvolvimento da ciência, escolas, universidades, expansão do conhecimento, que se libertam do domínio religioso e ganham novas dimensões. Com isso, ocorre mudança na organização social do poder simbólico, que passa a ter também influência da imprensa. Assim, na segunda metade do século XV as indústrias da mídia passaram a ser vistas como novas bases do poder simbólico.


Trabalho produzido pelo Grupo 1 da turma de Publicidade e Propaganda da Professora Ms. Juliana de Fátima, no período 2012.2: Rebecca Maria, Ingrid Maria, Yohanna Gurgel, Elves Rabelo, Gilson Mangeth, Gardenia Lima e Bruno Rebouças.

 



[1]Poder exercido por força de convenção, por aquilo que o símbolo representa.

 

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